Novo presidente da Câmara Municipal de Artur Nogueira afirma que vai trabalhar de segunda a sexta-feira, em tempo integral, no Poder Legislativo.
O vereador Josmar Luck (PSD) assumiu nesta semana a presidência da Câmara Municipal de Artur Nogueira. Ele foi eleito por unanimidade entre os vereadores do município durante uma sessão especial no último dia 15.
Agora, ele afirma que pretende atuar mais próximo a população nogueirense, buscando soluções para os problemas e trabalhando em tempo integral na Câmara.
Josmar nasceu em Artur Nogueira em 20 de outubro de 1962. Desde muito cedo ajudava a família no cultivo de algodão e cana-de-açúcar. Casou-se aos 18 anos com Vanderli Martins, com quem teve duas filhas: Kely e Karina.
Com o trabalho na roça fez economia e conseguiu comprar uma colheitadeira de cereais. Em 1982, Josmar atuou como cabo eleitoral e ajudou o sogro Joaquim Martins a se eleger vereador em Artur Nogueira, com 344 votos.
Até então, Josmar nunca havia cogitado sua entrada na vida pública, mas sabia que este momento um dia chegaria. Em 1996, ele se candidatou como vereador do PSDB e foi eleito ao receber 343 votos.
Como vereador naquela época trabalhou para a melhoria no Meio Ambiente, lutando e apresentando propostas para o tratamento de água no município. Também foi o idealizador da lei que proíbe que prefeitos pintem prédios públicos das cores do próprio partido. Há anos anteriores era comum ter escolas, delegacia e até o pronto-socorro pintados de laranja, amarelo, etc.
Em 2000, Josmar recebeu uma das piores notícias de sua vida: a esposa estava com câncer em um estágio bem evoluído. Foram mais de dois anos de tratamento intensivo, mas Vanderli não resistiu e faleceu aos 39 anos, deixando o esposo e as duas filhas.
Na política, Josmar tentou a reeleição em 2000, 2004 e 2008, mas não conseguiu ser eleito. Sem nunca pensar em desistir foi eleito, em 2012, vereador ao receber 417 votos, permitindo assim o retorno do nogueirense ao Poder Legislativo de Artur Nogueira.
Atualmente, Josmar convive com Catarina Fernandes Sia, uma mulher que o apoiou e esteve ao lado dele nos últimos anos.
No final de 2014, recebeu o voto unânime dos colegas vereadores e foi eleito presidente da Câmara Municipal de Artur Nogueira. Na entrevista desta semana, Josmar relembra início da vida política e diz que vai trabalhar em tempo integral na Casa de Leis. Confira:
Qual legado quer deixar como presidente da Câmara Municipal de Artur Nogueira? Quero tornar a Câmara ainda mais próxima da população. Mostrar a importância do cidadão nogueirense de acompanhar as decisões e os trabalhos desenvolvidos por cada vereador. Muitos projetos e leis importantes são votados hoje em dia e, muitas vezes, a população nem fica sabendo. Isso porque não vai e não acompanha as sessões. Na minha gestão vou lutar para tornar o Poder Legislativo mais interessante e acessível a todos.
O senhor é motorista e disse que pretende deixar de lado essa profissão e se dedicar em tempo integral à presidência da Câmara. Como pretende fazer isso? Um dos compromissos que assumi perante os colegas vereadores foi que, se eleito, eu me tornaria um funcionário da Câmara. Um bom prefeito não consegue manter outro trabalho que não seja a administração do município. Também acho que o presidente da Câmara deve dedicar seu tempo integral ao trabalho da Câmara, afinal ele tem um salário digno para isso. Pretendo dedicar meu tempo na liderança dos funcionários, dos vereadores, além, é claro, de atender a população nogueirense.
O senhor perdeu três eleições seguidas: em 2000, 2004 e 2008. Por que não desistiu? Porque sempre fui bem votado, nunca tive menos de 300 votos. Em algumas dessas eleições não fui eleito devido a legenda do partido que estava. Sempre gostei de desafios e nunca me abati pela derrota. Sei que tudo tem uma hora certa, na vontade de Deus, para acontecer. Tenho certeza absoluta que hoje estou muito mais preparado e capacitado para exercer a função de vereador, mas principalmente, de presidente desta casa de leis.
Neste período que ficou fora da Câmara o que fez? Fiz muitas coisas, trabalhei muito em Artur Nogueira. Primeiro como comerciante, depois como motorista. Tive um varejão de frutas e verduras e também uma distribuidora de flores ornamentais. Em 2002 prestei concurso público para motorista de transporte escolar, passando em terceiro lugar e fazendo o transporte de alunos da zona rural para a cidade de Artur Nogueira. Depois, em 2004, saí e fui trabalhar como motorista e operador de munck de uma empresa particular, onde trabalhei por 4 anos. Depois desse tempo, fazendo economia, comprei meu próprio caminhão e passei a trabalhar por conta própria.
Como avalia o atual momento do nosso município? Todo mundo percebe que Artur Nogueira vive um novo momento, uma nova era. Em dois anos de governo, o prefeito Celso Capato fez o que muitos não fizeram em décadas. Isso é notório para qualquer pessoa. Houve grandes investimentos em todas as áreas da nossa cidade. Tudo em parceria com a nossa Câmara Municipal. Tenho certeza de que tudo isso ainda é apenas o começo. O Celso é um cara que gosta de trabalhar e tem competência para ser prefeito.
Qual a maior dificuldade em ser vereador em Artur Nogueira? Não somente em Artur Nogueira, mas em qualquer outra cidade o maior desafio de um vereador é criar projetos que não onerem os cofres públicos. Quem tem o poder de fazer obras, pavimentar ruas, consertar isso ou aquilo é o prefeito. O papel do vereador é criar leis e projetos, como já disse que não gerem custos, e fiscalizar os atos do Poder Executivo. Seria muito bom se cada vereador tivesse uma verba para distribuir para os setores que precisam, mas essa é uma realidade distante.
De onde tirou inspiração para ser político? Com o Tancredo Neves. Com o Mário Covas. Aqui em Artur Nogueira me inspirei muito na simplicidade, humildade e espírito de querer ajudar o próximo do meu sogro Joaquim Martins, que foi vereador na década de 80 em Artur Nogueira. Não posso também deixar de citar o ex-prefeito Ederaldo Rossetti. Ele era um prefeito do povo, muito simples. Para ele não tinha rico nem pobre. Todos eram iguais. Isso foi um grande exemplo para mim.