A greve por parte dos funcionários da Teka completou 23 dias de duração. A manifestação começou no dia 25 do mês passado e ainda não tem dia previsto para terminar.
Sem resposta da empresa, alguns grevistas foram terça-feira (16), até a Câmara Municipal de Artur Nogueira para pedir ajuda à presidência do Poder Legislativo do município.
Os trabalhadores reivindicam que a empresa pague o décimo terceiro, as férias e regularize o salário. Sem receber o dinheiro, muitos dos grevistas não sabem o que fazer para pagar as contas atrasadas.
Luzia Teixeira Chaves Cardoso trabalha na Teka há 12 anos. Grávida de oito meses, ela não recebeu o salário, o décimo terceiro, nem as férias coletivas. “Isso é uma falta de consideração. Sempre que eles precisaram de mim eu estava lá. Agora, eles nem se manifestam. Tenho um filho pequeno e estou grávida. Neste momento, tão sensível da minha vida, fico abalada psicologicamente, sinto que a gente nada, nada e continua no mesmo lugar. É difícil, tive que pegar dinheiro emprestado para pagar as contas. Devo 5 mil reais. O enxoval do meu bebê não tive como comprar ainda. É triste”, afirma Luzia.
O grevista Vailson José da Costa também foi pedir ajuda. Ele trabalha há 21 anos na Teka e diz que ainda não recebeu o salário, duas férias, além do décimo terceiro. “Minha esposa tem problema de saúde. Ela tem depressão. Hoje, não estou nem conseguindo pagar os remédios que tenho que comprar para ela, porque não tenho dinheiro. Meu filho adolescente é quem está sendo o homem da casa. Nós decidimos vir até a Câmara pedir ajuda, pois só queremos que nossos direitos sejam respeitados”, afirma Vailson.
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem de Campinas também acompanhou os grevistas na Câmara Municipal. “Partiu dos trabalhadores solicitar apoio dos vereadores. Essa situação já está saindo da área trabalhista e se tornando uma problema social. A falta de pagamento está afetando a vida dos funcionários que, sem dinheiro, estão atrasando o pagamento de água, de luz. Alguns trabalhadores estão com necessidade de alimentos dentro de casa. Vamos fazer um levantamento entre os funcionários e encaminhar para a Promoção Social. A questão da água vamos fazer uma declaração solicitando que não seja cortada a água do trabalhador. Até o momento, a empresa não se manifestou. A greve não tem data para terminar. Os trabalhadores procuraram o sindicato e nós estamos dando apoio a eles desde o início”, afirma o representante do sindicato, Ronaldo Miranda da Silva.
O presidente da Câmara Municipal, Silvinho Conservani, disse que vai se reunir com os outros vereadores e com o prefeito para buscar uma forma para ajudar os trabalhadores. “Um grupo de funcionários da Teka entrou em contato com essa presidência solicitando uma reunião, a qual de primeira mão atendi aos grevistas e um representante do sindicato para compreender a situação deles e também passei a eles que a Câmara, dentro das suas funções regimentais e legais, vai buscar dar o apoio tanto na questão social quanto política. Para isso vamos reunir com os todos os vereadores para que juntos possamos trabalhar neste pleito. Entendemos que esta situação que os funcionários da Teka estão passando além de afetá-los diretamente, afeta também todo o município como comércio local e outros setores. Na próxima semana vamos nos reunir com os vereadores e representante dos funcionários e também convidaremos o prefeito Celso Capato”, afirma Silvinho.